Apesar das incertezas que continuam a marcar o cenário macroeconómico global, surgem também novas oportunidades. O recente agravamento das tensões comerciais incentivou uma rotação de capital a nível global e tem vindo a abrir espaço para que mercados emergentes como o Brasil assumam um papel de maior relevo nas estratégias dos investidores internacionais.
Neste contexto, o Ibovespa atingiu máximos históricos, enquanto o real valoriza em relação ao dólar, sinalizando uma mudança no fluxo financeiro global.
Neste relatório, analisamos os factores que estão a motivar a entrada de capital estrangeiro na B3, incluindo o impacto do diferencial de taxas de juro entre o Brasil e os Estados Unidos nas estratégias de carry trade, bem como as razões que explicam o crescente destaque do mercado brasileiro no contexto latino-americano.
Com 22 ações a atingirem novos máximos históricos em 2025, o Ibovespa mantém um desempenho robusto mesmo perante um cenário de taxas de juro elevadas.
Este relatório é essencial para identificar tendências, preceber o que move o mercado e antecipar oportunidades com base em dados concretos. Descubra as dinâmicas que influenciam os mercados e perceba porque o Brasil voltou a ganhar destaque no radar dos grandes investidores internacionais.
O regresso de Donald Trump à Casa Branca gerou incertezas políticas e económicas, levando os investidores institucionais a rever as suas estratégias e a diversificar os seus investimentos. Esta reavaliação desencadeou uma rotação de ativos a nível global.
Como consequência, as bolsas norte-americanas perderam parte do protagonismo no cenário global. Os investidores estrangeiros começaram a canalizar volumes significativos de capital para outras regiões, reduzindo a exposição ao risco político-económico dos EUA e ao dólar. A atenção voltou-se particularmente para mercados asiáticos, europeus e emergentes.
O gráfico abaixo ilustra esta tendência. Desde o início do ano até 15 de maio de 2025, os principais índices internacionais superaram largamente os norte-americanos em termos de desempenho. A liderar os ganhos surge o Hang Seng de Hong Kong (HKIND), com uma valorização significativa de 20,61%, seguido pelo DAX alemão (GER40), com +18,83%, o Ibovespa brasileiro (BRA50), com +16,47%, e o Euro Stoxx 50 europeu (EURO50), com +10,72%. Nos Estados Unidos, os resultados foram mais modestos: o Nasdaq (USATEC) subiu 1,82%, o S&P 500 (USA500) apenas 0,94%, enquanto o Russell 2000 (USARUS) registou uma queda de 5,82%.
Os movimentos expressivos nos mercados accionistas também provocaram oscilações no câmbio. Em 2025, o dólar norte-americano foi particularmente afetado pela rotação global de ativos, registando uma desvalorização face a várias moedas.
Seguindo os mesmos critérios do gráfico anterior, a coroa sueca (USDSEK) liderou os ganhos face ao dólar, com uma valorização de 12,82%, seguida pelo franco suíço (USDCHF), com +8,42%, o euro (EURUSD), com +8,24%, o real brasileiro (USDBRL), com +7,62%, o iene japonês (USDJPY), com +7,52%, o peso mexicano (USDMXN), com +5,45%, e, por fim, o dólar canadiano (USDCAD), com +3,08%.
Este movimento global de realocação de capital ajuda a explicar uma parte significativa da volatilidade registada até agora em 2025. No entanto, é fundamental ter em conta que fatores micro e macroeconómicos específicos de cada país também desempenham um papel relevante nas decisões dos traders.
Os países da América Latina, tradicionalmente, ocupam uma posição secundária nos portefólios globais. Isso deve-se a uma combinação de factores como: baixa liquidez, instabilidade económica, episódios de hiperinflação, crises cambiais, incumprimentos de dívida, elevado risco político e jurídico, classificações de crédito reduzidas, descontrolo das contas públicas, e ainda uma fraca diversificação sectorial — com forte dependência dos preços das matérias-primas.
Um inquérito realizado pelo Bank of America a 32 gestores de fundos com exposição à América Latina revelou que as tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos continuam a ser apontadas como o principal risco para a região. Ainda assim, aumentaram as preocupações com o abrandamento da economia chinesa e com a queda nos preços das matérias-primas.
Apesar deste cenário desafiante, o Brasil tem conseguido mitigar parte desses riscos e continua a ter destaque na preferência dos gestores na América do Sul. Cerca de 66% dos inquiridos apontam o Brasil como o mercado com maior potencial, em comparação com apenas 14% que escolheram o México.
No que diz respeito ao desempenho do mercado accionista, houve um aumento significativo no número de traders que projetam níveis mais elevados para o Ibovespa este ano, ultrapassando os 140 mil pontos. Esta é agora a expectativa de 48% dos gestores — face a 18% no mês anterior — o valor mais alto desde que esta questão foi incluída na sondagem, em Setembro do ano passado.
O estudo revelou ainda uma expectativa crescente de valorização do real face ao dólar. A percentagem de participantes que apostam num dólar mais fraco subiu de pouco menos de 60% para quase 70%. A mediana das projeções aponta para uma cotação de R$ 5,72 no final do ano, abaixo da estimativa atual do Boletim Focus, que indica R$ 5,85.
Este otimismo é impulsionado por uma combinação de fatores: a suspensão temporária das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos, avanços em acordos preliminares com o Reino Unido e a China, dados de inflação mais moderados e sinais de que o ciclo de subida das taxas de juro no Brasil poderá ter chegado ao fim.
O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, ultrapassou os 139 mil pontos e aproxima-se cada vez mais do marco simbólico dos 140 mil. No mercado cambial, o real também valorizou, com a cotação do dólar a recuar para menos de R$ 5,70.
O gráfico abaixo ilustra a correlação inversa entre o Ibovespa (BRA50) e o USD/BRL (MinDol), o que demonstra o impacto positivo da entrada de capital estrangeiro tanto no mercado acionista como na taxa de câmbio.
Entre as 87 ações do Ibovespa, 22 alcançaram máximos históricos em 2025, impulsionando de forma significativa o desempenho do índice.
Entre os destaques, os setores financeiro e de energia elétrica lideram os ganhos, impulsionados pela capacidade de apresentar resultados sólidos e consistentes, mesmo num ambiente de incerteza económica. Já as empresas dos sectores da construção, consumo, telecomunicações e logística evidenciam uma recuperação gradual da atividade económica, alimentada pela expectativa do fim do ciclo de subida das taxas de juro.
Segue a lista completa das ações que atingiram novos máximos históricos em 2025:
O Banco Central do Brasil aumentou a taxa básica de juro em 50 pontos base na reunião concluída a 7 de Maio, marcando a sexta subida consecutiva. Com esta decisão — aprovada por unanimidade pelo Comité de Política Monetária (Copom) — os juros atingiram os 14,75% ao ano, o valor mais elevado desde Agosto de 2006.
Desde setembro de 2024, o ciclo de restrição monetária já acumulou um aumento de 425 pontos base, reforçando o compromisso da autoridade monetária com a estabilidade dos preços.
Na acta da reunião, os decisores destacaram que o actual contexto macroeconómico exige uma “política monetária significativamente restritiva por um período prolongado”, abandonando a linguagem anterior que referia a necessidade de uma política “mais restritiva”.
“A política monetária restritiva já produziu efeitos no mercado de crédito, nas sondagens empresariais, no mercado cambial, nos balanços das empresas, bem como na moderação de alguns indicadores de atividade económica e do mercado de trabalho”, observou o comité.
E acrescentou: “Tendo em conta os atrasos inerentes aos mecanismos da política monetária, espera-se que estes efeitos se intensifiquem nos próximos trimestres.”
Neste contexto, o Banco Central reiterou que “o cenário exige uma política monetária significativamente restritiva por um período prolongado, de modo a garantir a convergência da inflação para a meta”. Ainda assim, o mercado interpretou a comunicação como um possível sinal de que o ciclo de subida das taxas pode ter chegado ao fim.
Na B3, as Opções de Copom apontam para uma probabilidade de 54% de manutenção da taxa Selic na próxima reunião, agendada para 18 de Junho. Outros 36,5% do mercado antecipam uma subida residual de 25 pontos base, enquanto apenas 6,5% apostam num novo aumento de 50 pontos.
Com isto, ganha força entre os investidores a possibilidade de um corte nas taxas de juro no final do ano, dependendo da evolução das expectativas de inflação e da atividade económica.
No panorama internacional, as dinâmicas desinflacionárias melhoraram, impulsionadas pela decisão do Presidente Donald Trump de suspender temporariamente as tarifas comerciais. Esta medida tende a aliviar as pressões inflacionárias globais e poderá justificar uma pausa na subida das taxas de juro.
Adicionalmente, a valorização do real e a descida dos preços das matérias-primas contribuem para um ambiente mais favorável à estabilidade preços. Contudo, persistem incertezas no cenário interno: o governo federal anunciou novas medidas de estímulo — incluindo alterações nas regras dos créditos pessoais — numa tentativa de travar a queda da popularidade. Estas iniciativas poderão aumentar as pressões sobre os preços nos próximos meses.
A autoridade monetária reduziu a previsão de inflação para 2025, de 5,1% (projeção de março) para 4,8%. Para o quarto trimestre de 2026 — período que melhor reflecte o impacto das decisões actuais da política monetária — a projeção foi ajustada para 3,6%, ligeiramente abaixo dos 3,7% anteriormente estimados.
Apesar disso, a maioria dos economistas concorda que o processo de desinflação será lento. A expectativa é que a inflação só volte a alinhar-se plenamente com a meta de 3% em 2028 — reforçando, assim, a necessidade de prudência na condução da política monetária por parte do Banco Central.
Um dos factores que torna o Brasil mais atraente para os investidores internacionais é o considerável diferencial das taxas de juro face às economias desenvolvidas.
Enquanto a Reserva Federal manteve as taxas de juro dos Estados Unidos inalteradas na sua última reunião, o Comité de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica brasileira para o nível mais alto dos últimos 20 anos. Esta decisão acentuou ainda mais o diferencial entre as duas economias, favorecendo a entrada de capital estrangeiro no Brasil.
Ao comparar as taxas de juro futuras a dois e dez anos entre o Brasil e os EUA, observa-se uma diferença média de cerca de 9,8 pontos percentuais. Ou seja, investir em obrigações brasileiras pode proporcionar um retorno quase 10% superior ao de ativos semelhantes denominados em dólares norte-americanos.
Claro que esta estratégia envolve risco cambial. Uma desvalorização do real face ao dólar pode comprometer, parcial ou totalmente, os ganhos obtidos através dos juros. No entanto, para investidores com maior tolerância ao risco e horizonte de curto a médio prazo, o chamado carry trade pode revelar-se uma oportunidade apetecível.
Este movimento tem impacto directo no mercado cambial. O aumento da entrada de capital estrangeiro em ativos brasileiros tem impulsionado a valorização do real face ao dólar, reforçando o interesse global pelos ativos do país.
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