Perspectivas 2025

2025: Volatilidade Global em Alta?

Descubra onde investir num Mundo de Incertezas e Oportunidades

Prefácio

Turbulências Económicas e Políticas

O ano de 2025 promete ser um ano de elevada volatilidade para os mercados financeiros. A reeleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos traz consigo um conjunto de políticas económicas e comerciais disruptivas, que tendem a aumentar as incertezas globais e, em contrapartida, beneficiam alguns ativos em específico. Na China, prevê-se um cenário de desaceleração económica, o que deverá impactar os ativos locais e as matérias primas.

O Bitcoin deverá continuar a beneficiar de um cenário macroeconómico favorável e o dólar deverá manter o ímpeto de alta, principalmente face às moedas emergentes. A inflação deve continuar a dominar o debate económico, o que poderá levar a Fed a manter as taxas de juros elevadas por um período prolongado.

Macro Geopolítica

Cortes de Juros, Surpresas Económicas e Recordes nos Mercados

Este ano ficou marcado pelo início de uma tendência global de corte de juros, com os Estados Unidos, os países da União Europeia, Reino Unido e Canadá a reduzir os custos de financiamento.

Retrospectiva

Os Grandes Movimentos Económicos e Políticos de 2024

Politicamente, o republicano Donald Trump retornou à presidência dos Estados Unidos, o que promete trazer volatilidade aos mercados internacionais nos próximos quatro anos.

No universo das criptomoedas, o Bitcoin ultrapassou a barreira psicológica dos US$ 100 mil, superando as expectativas da maioria dos analistas. Nos mercados tradicionais, o dólar foi um dos principais focos, tendo registado uma valorização significativa frente às outras principais moedas.

Na economia, os Estados Unidos surpreenderam ao manter um crescimento robusto, afastando qualquer perspectiva de crise económica iminente. Em contraste, a China continuou em desaceleração a um ritmo mais rápido do que o esperado, com o governo a anunciar uma série de medidas de estímulo que ainda geram dúvidas sobre a sua eficácia em promover um crescimento sustentável.

No mercado de ações, vários índices globais atingiram máximos históricos, com destaque para o setor de tecnologia, onde o Nasdaq avançou mais de 30% até 16 de dezembro e o S&P 500 mais de 27%.

Protecionismo de Trump: Crescimento Interno e Dólar em Alta

Os Estados Unidos deverão continuar em destaque em 2025, com a segunda gestão de Donald Trump a aumentar a incerteza sobre o cenário económico global.

As medidas protecionistas que Trump pretende implementar podem impulsionar o crescimento económico do país e fortalecer o dólar em relação às restantes moedas. No entanto, essas medidas também podem resultar em juros mais altos para conter pressões inflacionárias adicionais e aumentar o desequilíbrio das contas públicas.

Entre as mudanças esperadas na política económica em 2025 estão:

Estas medidas podem fazer subir os preços nos Estados Unidos, especialmente dos produtos importados, além de aumentar os custos de mão de obra e fomentar o consumo. Tendo isto em conta, espera-se que a Reserva Federal reduza a velocidade dos cortes de juros, com a taxa de juros neutra permanecendo acima da estimativa anterior.

Na CME, as apostas para cortes de juros do Fed indicam uma redução lenta ao longo de 2025, com a taxa terminal projetada entre 3,75% e 4%. No entanto, alguns membros da Fed, como Austan Goolsbee, presidente da Fed de Chicago, estão mais otimistas e apoiam um corte de 100 pontos-base em 2025, reduzindo os juros para 3,25% a 3,50%.

Uma análise detalhada mostra que o consumo das famílias permanece forte, o crescimento dos salários continua robusto, o setor bancário está bem capitalizado e os lucros das empresas seguem em alta. Assim, o PIB deve continuar a crescer, embora a um ritmo mais modesto, entre 1% e 2% ao ano. A inflação pode permanecer acima da meta de 2% da Fed, com as projeções a variar entre 2% e 2,5%, enquanto a taxa de desemprego pode variar entre 4% e 4,5%, mantendo o pleno emprego.

Se por um lado os Estados Unidos devem crescer no primeiro ano da segunda gestão de Trump, outros países podem enfrentar maiores dificuldades, especialmente aqueles com fortes laços económicos com os EUA, como a China, Canadá, México e os países da Europa ocidental.

No mercado cambial, os juros mais altos da Fed e as políticas protecionistas devem fazer com que o dólar avance mais acentuadamente face às moedas dos países emergentes, embora o sentimento de alta do dólar também se estenda às moedas mais fortes. O índice do dólar (DXY), que mede o dólar americano em relação às seis principais moedas globais, finaliza 2024 próximo da máxima de dois anos.

Entre as moedas emergentes, o dólar frente ao peso mexicano está cotado acima de M$ 20,00, com potencial para desvalorização da moeda do México caso as tarifas de Trump sejam aplicadas. Contra o real brasileiro, a moeda norte-americana supera os R$ 6,00, influenciada por fatores internos, principalmente políticos e fiscais.

No mercado de ações, o setor de tecnologia permanecerá em foco, embora o cenário esteja rodeado de incertezas. O crescimento deve continuar no setor devido à inteligência artificial, mas a tecnologia pode vir a tornar-se uma moeda de troca numa possível guerra comercial com a China. Trump pode restringir o acesso da China a chips avançados fabricados por empresas americanas e bloquear aplicações chinesas que recolhem dados de utilizadores americanos. Estas ações podem provocar retaliações da China, afetando negativamente plataformas de redes sociais e outras empresas de tecnologia. Assim, mais do que nunca, a tecnologia permanecerá em destaque em 2025.

BCE: Cortes de Juros para Revitalizar uma Europa em Desaceleração

O Banco Central Europeu (BCE) deverá continuar a redução das taxas de juro ao longo de 2025, refletindo os esforços da instituição para estimular o crescimento económico e combater a fraca procura, além dos receios sobre as tarifas dos EUA a serem implantadas sob a segunda gestão de Donald Trump.

Entre julho e novembro de 2024, a inflação anual caiu de 3,1% para 2,4%,  sustentada pela queda nos preços da energia e dos alimentos. A inflação subjacente, que exclui artigos mais voláteis, desacelerou para 3,0% em novembro, face a 3,3% em julho.

Na atividade económica, a Zona Euro registou uma desaceleração, com um crescimento trimestral de apenas 0,1% no PIB. A produção industrial entrou em contração, enquanto o setor de serviços mostrou resiliência, embora tenha desacelerado em novembro. O mercado de trabalho permaneceu estável, mas com sinais de enfraquecimento. As exportações recuaram, especialmente para a China e os EUA, refletindo o enfraquecimento da procura global. O superavit comercial da zona do euro encolheu em relação ao início do ano. Os índices de confiança económica mostraram uma deterioração constante.

Alemanha

Alemanha em Recessão Técnica

A Alemanha, a maior economia da Zona Euro, esteve à beira de uma recessão técnica, registando crescimento nulo ou negativo em alguns meses, devido a problemas no setor industrial e nas exportações.

A expectativa do mercado é de que o BCE possa cortar a taxa de juros em mais de 100 pontos-base em 2025, alcançando uma taxa terminal de cerca de 2% no próximo ano.

No mercado acionista, o cenário continua incerto. O DAX, o principal índice da Alemanha, encerrou 2024 próximo dos seus máximos históricos, apesar da fragilidade da economia. Por outro lado, a França, a segunda maior economia do bloco europeu, está a atravessar um final de ano envolto em turbulências políticas e incertezas fiscais.

Desaceleração Económica

Em 2024, a economia chinesa enfrentou uma desaceleração significativa, o que pressionou o Banco Popular da China (PBC ou PBOC) a implementar uma série de medidas de estímulo, visando a redução dos custos de financiamento e o incentivo à procura doméstica. Paralelamente, o governo chinês adotou políticas fiscais expansivas, principalmente para tentar revitalizar o mercado imobiliário.

Contudo, ainda não há consenso no mercado sobre a eficácia dessas medidas em sustentar um crescimento económico alinhado à meta de 5% do governo chinês, o que mantém o cenário incerto para os índices locais.

Tendo em conta que a China é o maior importador e consumidor global de matérias-primas, antecipa-se que os preços internacionais desses produtos permaneçam abaixo dos níveis observados em anos anteriores.

Especificamente, os preços do petróleo encerram 2024 com uma queda modesta, com o WTI próximo dos US$ 70 por barril e o Brent a ser negociado a cerca de US$ 73 por barril. Apesar das tensões geopolíticas no Médio Oriente e os conflitos entre a Rússia e a Ucrânia exercerem pressão ascendente sobre os preços dos combustíveis fósseis, a ausência de um crescimento na procura global e a possibilidade de aumento da oferta pela OPEP+ mantém os preços do petróleo contidos.

Em contrapartida, o ouro viu uma valorização expressiva  em 2024, com projeções de que o preço pode atingir US$ 3 mil por onça em 2025. Este aumento é atribuído à diminuição das taxas de juro pela Reserva Federal (Fed) e à acumulação de ouro pelos bancos centrais de forma generalizada. Em dezembro, a China anunciou a retomada das compras de ouro, mas é incerto se essa tendência se manterá.

Bitcoin pode atingir US$200 Mil em 2025?

A criptomoeda mais reconhecida mundialmente deve encerrar 2024 com um valor próximo dos US$100 mil dólares, criando um cenário promissor para 2025.

Bitcoin

Perspectivas Favoráveis Impulsionam Novos Recordes

O otimismo advém de expectativas de um ambiente regulatório favorável sob a gestão do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que prometeu tornar o país na capital das criptomoedas e estabelecer uma reserva nacional de bitcoin.

Entre os fundos negociados em bolsa (ETF), o iShares Bitcoin Trust, da BlackRock, atraiu mais de US$50 biliões nos 11 meses desde seu lançamento, demonstrando o apetite dos traders pelo ativo.

O analista Naeem Aslam, da Zaye Capital Markets, acredita que a marca dos US$150 mil já é um alvo realista para a moeda digital e antevê que o ativo possa mesmo atingir US$ 200 mil até ao final de 2025.

Desafios Fiscais, Tarifas e um Cenário Global Adverso

O cenário económico para os países da América Latina enfrenta desafios significativos nos próximos anos, em grande parte devido ao desequilíbrio fiscal destes países, além do risco de tarifas de importação dos Estados Unidos. Adicionalmente, um ambiente global caracterizado por elevados níveis de inflação, taxas de juros mais altas e um dólar forte será prejudicial para a região.

Outro fator de risco relevante é a possível queda nos preços das matérias-primas, que pode afetar de maneira mais acentuada os países exportadores, como o Brasil, Chile e Colômbia. Essa diminuição nos preços pode impactar negativamente as receitas de exportação e, consequentemente, as economias desses países.

De acordo com as projeções económicas, o Brasil deverá registar a maior taxa de inflação e juros entre os quatro principais países da região. No entanto, apesar desses desafios, espera-se que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro continue a crescer a uma taxa superior a 2%.

Junior Wuttke

Conclusão

O Impacto das Políticas Americanas e a Fragilidade Económica na Europa

As indicações na secção de entretenimento não têm necessariamente relação com o mercado de capitais e investimentos. O objetivo é fornecer poucas, mas valiosas sugestões.

Princípios

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O conteúdo, indicações, opiniões e informações sugeridas nesta página são da exclusiva responsabilidade do autor desta coluna.

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